Educação financeira: O que é, como aplicá-la na prática eliminando dívidas e começando a investir
Para se educar financeiramente é necessário ir muito além da teoria, é preciso colocar a mão na massa e aplicar todo o aprendizado sobre o tema no dia a dia
Educação Financeira não é sobre acumular dinheiro, cortar gastos, economizar e poupar. Na prática é usar o conhecimento sobre o sistema financeiro para buscar mais qualidade de vida, pensando não só no presente, mas também no futuro.
Isso te trará mais segurança material, para aproveitar os prazeres da vida e ao mesmo tempo, possamos ter garantias para o caso de eventuais imprevistos. É isso que você deseja, certo?
Este artigo será um manual definitivo para você que está iniciando sua gestão financeira, seja individualmente ou em casal. Também poderá te ajudar, no caso de endividamento, aplicando essas dicas você vai conseguir fazer ajustes pontuais e importantes na sua vida financeira.
Acompanhe as dicas abaixo que separamos para você:
- O que é educação financeira e qual sua importância?
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o conceito de educação financeira é “o processo que permite melhorar a compreensão em relação aos produtos e serviços financeiros, fazendo com que as pessoas possam fazer escolhas de forma bem informada”.
Traduzindo em um exemplo prático, suponha que você esteja navegando na internet e aparece uma propaganda com um desconto fantástico, para uma coisa que você não precisa, mas que tem vontade de ter. O que você faz?
- Compra no cartão de crédito parcelado em 10 vezes, afinal você merece.
- Não compra, e começa a planejar o que fazer para economizar para poder comprar daqui a alguns meses.
- Não compra naquele momento e nem depois. Afinal você tem outros objetivos mais importantes e prioritários que deseja cumprir.
Saiba que não existe uma resposta correta, o importante é que você escolha de modo consciente, avaliando seu momento de vida, entendendo as implicações da sua decisão e tendo uma atitude equilibrada. Isto é Educação Financeira!
A importância da educação financeira está normalmente vinculada a evitar endividamento e isso não está necessariamente errado, mas trata-se de algo muito maior que isso.
Dominar esse conhecimento irá permitir que você seja capaz de administrar bem todos os seus ganhos e gastos e consiga incluir no seu planejamento financeiro metas de curto, médio e longo prazo.
- Como ficar motivado e começar a aplicar a educação financeira na minha vida?
Se isso tudo parece ser algo muito difícil para você, saiba que toda transformação de hábitos financeiros pode parecer bem complicada no primeiro momento, mas os resultados são muito satisfatórios, por isso não desista!
Outro ponto que precisa ser levantado é que é necessário tempo para fazer esses ajustes, sendo assim, não espere soluções rápidas, mágicas ou milagrosas, todo início é difícil, mas acredite, todo o esforço vai valer a pena.
O próximo passo é desmistificar alguns mitos, como por exemplo, o famoso “não tenho um bom salário, por isso não posso economizar ou investir.” Para resolver esse problema, o segredo é viver um patamar abaixo, isso é, se você ganha R$ 2500,00 é necessário gastar menos do que isso, assim sobra dinheiro e você consegue poupar e investir.
Vejo o exemplo que separamos para você de como administrar um salário de R$ 2500,00 reais.
A maior motivação para aprender sobre educação financeira e poder praticá-la no seu dia a dia é tirar da mente pensamentos limitantes e negativos e optar por pensamentos positivos e construtivos como: “tenho pouco dinheiro, por isso serei ainda mais comprometido com meus objetivos e aos poucos irei alcançá-los.”
Saiba que as regras para ter sucesso nessa jornada é cuidar dos pensamentos, sentimentos e ações, para aos poucos conquistar uma vida financeira mais saudável e colher os frutos dessa mudança. Tenha metas e o seu propósito sempre em mente.
Saiba sempre responder a essa pergunta: “por que estou guardando esse dinheiro?”
- Entenda os seus sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazo:
Ter objetivos é essencial para se manter motivado. As pequenas conquistas de curto prazo podem servir como incentivo para alcançar as metas de médio e longo prazo. Lembre-se, não existe sonho grande demais! Se a sua montanha for muito alta, divida-a em pequenas partes, assim vai ficar mais fácil de escalá-la.
Indicamos aqui o método S.M.A.R.T, que em português significa: Específica, mensurável, alcançável, relevante e temporal.
- Específico: Dizer somente que quer ganhar mais, é algo muito vago, afinal R$1,00 a mais já bateria essa meta. Então saiba exatamente onde você quer chegar: comprar uma casa, carro, ter seu primeiro 1 milhão de reais, tirar férias de um ano.
E atenção direção é mais importante que velocidade.
- Mensurável: A sua meta precisa ser medida, então se deseja comprar um carro, você precisa saber qual é o valor desse carro. Dessa forma você consegue acompanhar o crescimento quantitativo dos seus recursos, conforme vai acumulando dinheiro. Visualizar seu progresso dia após dia é o que torna a jornada muito mais incrível.
- Alcançável: Tenha os pés no chão e seja realista, escolha objetivos que estejam dentro do seu alcance. Se possível converse com pessoas que já alcançaram o que você deseja alcançar, isso pode ajudar.
- Relevante: Sua meta precisa ser algo que faça seus olhos brilharem, ou seja algo extremamente importante para você. Ela precisa te contagiar.
- Temporal: A meta precisa ter prazo para conclusão. Aqui avaliamos se será de curto, médio ou longo prazo, nesse quesito não existe uma regra, o que você considera longo prazo, para mim pode ser médio prazo, e vice-versa.
Aproveite as metas de curto prazo, para saborear mais rápido as suas conquistas e ter mais força para as metas de médio e longo prazo.
- Entenda como está atualmente sua vida financeira e comece a fazer o seu controle financeiro:
Vale a pena frisar, é necessário saber onde se está, antes de saber onde se quer chegar.
Uma forma de entender o seu atual momento financeiro é conhecendo e controlando seus gastos e despesas. Esse é o primeiro passo para quem deseja se organizar. Saber o que entra e o que sai de dinheiro na conta é essencial para manter os pagamentos em dia e saber até onde se pode ir.
Coloque em uma planilha o seu salário, tudo que for variável como os gastos específicos no cartão de crédito e pagamentos pontuais e as contas fixas (aluguel, água, luz, mercado, internet). Dessa forma, o controle fica mais fácil. Com esse controle você conseguirá saber exatamente se você gasta além do que ganha ou se sobra dinheiro no final do mês.
A Tô Ricco oferece uma forma simples e gratuita de fazer todo esse acompanhamento, através do nosso aplicativo poupe.It que está disponível para download nas lojas Google Play e App Store.
Com o nosso aplicativo você poderá fazer o registro de todas as suas receitas e despesas, e todos os dados ficam acessíveis ali no seu smartphone. É só baixar e aproveitar!
- Dívidas, como administrar melhor?
Primeiramente precisamos entender o seguinte conceito: Endividamento é apenas o fato de termos um pagamento pendente com alguma instituição, compromisso que foi feito com pagamento de forma parcelada, como é o caso de um financiamento de veículo, casa e até mesmo aquela compra realizada no cartão de crédito.
É isso mesmo, você não entendeu errado, poucas pessoas sabem disso, mas até aquelas compras parceladas no cartão já são consideradas dívidas. Isso é diferente de inadimplência que é quando você já não está mais conseguindo pagar as dívidas no vencimento.
Após fazer os registros que indicamos no tópico acima, você saberá exatamente as dívidas que possui. Comece sempre priorizando o pagamento dessas, se necessário tente negociá-las junto às instituições para reduzir taxas e juros. Veja aqui 5 dicas de como sair do endividamento.
- Criando uma rede de proteção: Reserva de Emergência
Antes de começar efetivamente a investir, temos um primeiro passo que podemos chamar de rede de segurança e isto é feito através da Reserva de Emergência.
Se você está começando agora saiba que o primordial neste momento é pensar no presente, mas é preciso entender que imprevistos podem acontecer. Você deve conhecer alguém que já passou por imprevistos previsíveis, por exemplo: perda de emprego, quebra do carro, necessidade de algum conserto na casa e etc.
E se preparando para esses momentos, você não precisará recorrer a dinheiro de terceiros ou até a entrar em endividamentos, com os registros financeiros que citamos acima você poderá saber o quanto precisará para ter na sua reserva de emergência.
Se você ainda tem dúvidas sobre o tema, clicando aqui você encontra o passo a passo para construir essa reserva.
- Orçamento pessoal: mãos na massa
Agora que você já entendeu como mensurar seus objetivos de curto, médio e longo prazo e a importância de fazer o controle das suas receitas e despesas, como reduzir as suas dívidas e como calcular a sua reserva de emergência, chegamos em um dos passos mais importantes, o orçamento.
O orçamento é o documento que irá ditar quais os percentuais que você irá destinar para cada área da sua vida naquele momento, então por exemplo, se você estiver neste momento endividado recomendamos o seguinte orçamento:
60% do seu salário será para pagamentos de suas despesas, gastos fixos e variáveis.
30% para antecipar a liquidação das suas dívidas.
10% para sua reserva de emergência (começamos sempre a investir através da reserva).
Os percentuais para orçamento podem ser estipulados por você, como trabalhamos através da metodologia do CFP (Certificação Financeira Planejar), indicamos algumas opções de orçamento para cada tipo de perfil.
Para ter acesso a esses percentuais de orçamento específicos você precisa baixar nosso aplicativo o Poupe.it, a partir das informações que você lançar indicaremos o percentual, então você já tem dois motivos para baixar e utilizar.
E a partir desse momento você já terá um plano para seguir, só precisará de disciplina.
- Onde devo investir os recursos da minha reserva de emergência?
Como você pode ter percebido no artigo que indicamos acima sobre como construir a sua reserva de emergência, ela precisa estar disponível para ser utilizada em qualquer momento, então o correto é que os recursos da reserva sejam colocados em investimentos seguros, com baixa oscilação e que tenham alta liquidez.
Alta liquidez significa que o valor pode ser sacado a qualquer momento e entra na sua conta para ser usado com muita agilidade.
Nessas modalidades de investimento as rentabilidades acabam sendo mais baixas, por serem produtos que proporcionam boa segurança e oscilando muito pouco.
As aplicações indicadas para a reserva de emergência são:
- Tesouro Selic
- Fundos DI
- CDB de liquidez diária
Após construir a sua reserva de emergência será possível buscar produtos menos conservadores, mas que estejam de acordo com seu perfil de investidor e entreguem rentabilidades mais altas.
Tenha em mente que bons ganhos acontecem desde que você tenha dedicação para aprender. Além disso, é preciso entender que os ganhos consistentes ocorrem no médio e longo prazo, então tenha essa mentalidade ao começar nesse universo.
- Aposentadoria, pensando no futuro!
Se com a reserva de emergência pensamos no presente, com a aposentadoria pensamos no futuro. O ideal é buscar manter o mesmo padrão de qualidade de vida da fase adulta na fase madura. Infelizmente poucas pessoas pensam na aposentadoria e acabam passando dificuldades na velhice ou demoram muito para aproveitar o merecido descanso.
E quais são as opções de investimentos ideais para aposentadoria?
A resposta irá depender do seu perfil de risco, da sua disciplina e do seu nível de conhecimento, afinal muitas modalidades de investimento podem ser usadas para a aposentadoria, pois servem para aumento de patrimônio.
Entretanto, normalmente são utilizados os planos de previdência privada, estes apresentam como principal vantagem o benefício fiscal.
Teremos aqui duas modalidades: o VGBL e PGBL. No caso do PGBL, pode-se abater até 12% do salário bruto da base de cálculo do imposto de renda, é uma modalidade interessante para quem faz declaração de IR completa.
Além disso, o imposto de renda somente será pago no resgate ou no pagamento dos benefícios, no PGBL o IR abate do valor total aplicado e no VGBL somente no rendimento.
Alguns planos possuem seguro de vida embutido e há ainda a possibilidade de se optar pela tabela regressiva ou progressiva de alíquotas de imposto de renda.
O ideal é imaginar quanto de dinheiro você quer “ganhar” quando parar de trabalhar.
Vamos analisar o exemplo do João:
João deseja se aposentar e ter uma renda mensal de R$3.000,00, sabendo que a expectativa de vida do brasileiro atualmente está em torno de 76 anos, João que atualmente tem 25, deseja se aposentar aos 40 anos.
Sendo assim, se aposentando aos 40 e vivendo até os 76 anos, seriam 36 anos ou 432 meses recebendo R$ 3.000,00 de aposentadoria, o que totaliza uma quantia de R$1.296.000,00.
Aí entra o segredo dos investimentos, os juros compostos.
Para acumular esse valor de R$1.296.000,00 João terá dos 25 aos 40 anos, ou seja 180 meses. Se conseguir um investimento que lhe dê um retorno mensal líquido (deduzido impostos, taxas, tarifas e tributos) de 0,50% a.m, os aportes mensais precisarão ser de R$4.456,38.
Sem os juros compostos, ele precisaria acumular R$7.200,00 por mês, uma diferença de R$2.743,62.
Claro que nessa conta estamos considerando uma rentabilidade fixa, sem oscilações, mas o exemplo serve para que você possa entender mais sobre como funciona a dinâmica dos investimentos.
O ideal a ser feito é uma combinação de investimentos. A previdência privada pode lhe garantir uma aposentadoria tradicional tranqüila. Mas serão investimentos diversificados que irão realizar seus sonhos de acumular patrimônio suficiente que lhe permita ser independente.
- Seguros, melhor garantir do que remediar!
Os seguros também fazem parte do universo da educação financeira. Sabemos que para nós brasileiros esse é tema difícil, pois por sermos muito otimistas, sempre acreditamos que nada de ruim irá nos acontecer, ou pensamos que ter um seguro de vida, por exemplo, pode atrair energias negativas.
Mas sendo racional, é preciso considerar que pessoas, na maioria dos casos, lutam por anos para construir o seu patrimônio, adquirir bens como carro, casa ou uma moto. E às vezes acabam não tendo seguro daquele bem mais precioso e quando algo de ruim acontece eles tem que arcar com todo o prejuízo.
O seguro é uma proteção, que traz tranquilidade. Independentemente da eventualidade, podemos ter a certeza de que o patrimônio está protegido, e que a sua família terá suporte e não passará dificuldade financeira.
- Fale sobre dinheiro. Quebrando tabu!
Falar sobre dinheiro é um dos maiores tabus da atualidade, o dinheiro é a maior causa de estresse para as pessoas. Por isso, não dialogar sobre o assunto com quem você conhece, por medo de desentendimentos, pode trazer uma falsa sensação de resolução. Mas lembre-se que ignorar o problema financeiro não fará com que ele desapareça.
Na verdade, nós até falamos sobre dinheiro, mas simplesmente não focamos no que realmente importa. No fundo, as discussões diretas e transparentes sobre dinheiro podem produzir uma certa tensão social.
Você já teve vergonha de dizer quanto ganha, pensando que as pessoas iriam te diminuir por isso? Ou já teve medo de dizer quanto ganha achando que as pessoas iriam ficar com inveja de você?
O tema é delicado para muitos de nós, sendo grande fonte de conflitos e ansiedades, o que acontece na prática é que o tabu sobre dinheiro acaba nos mantendo ignorantes sobre como lidar melhor com ele.
Isso impede que encontremos um lugar apropriado para o dinheiro em nossas vidas, fazendo com que o equilíbrio das necessidades financeiras com outras necessidades, como amor, família, trabalho, e principalmente, saúde física e emocional, sejam esquecidos.
Esse tabu pode alimentar em nós algumas falsas impressões como:
- De que não merecemos muito dinheiro;
- O dinheiro é algo sujo;
- De que pode reforçar relações abusivas dentro de uma família;
- Vincular dinheiro à soberba.
E muitas outras crenças limitantes que bloqueiam a nossa visão da realidade, então prepare-se para mudar. Falar sobre dinheiro e principalmente sobre sua condição atual com a sua família, por exemplo, se faz extremamente necessário para a sua saúde financeira.
O ideal é focar nos comportamentos, sentimentos e resultados buscando manter uma conversa sem julgamentos.
Se você tiver alguma dúvida ou preocupação sobre dinheiro, as pessoas que você conhece provavelmente também terão, então dê o primeiro passo para esse tipo de comunicação.
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